De bem pequeno encontrei na leitura um dos meus passatempos favoritos. Gosto alimentado pela possibilidade de dispor do consumo típico e adequado para a idade, aliado ainda ao facto da televisão nunca me ter verdadeiramente como um seu apaixonado. E assim é que a saga dos “Cinco” e dos “Sete” foi devorada e dissecada até à exaustão, e arrumada no imaginário de criança - possivelmente funcionando numa grande percentagem como alternativa aos bonanzas e casas na pradaria. Porque embora à data a liberdade fosse ainda uma utopia, o certo é que nestes domínios, felizmente, cada um comia aquilo de que gostava. Dentro de certos limites...
E assim se foi sucedendo literatura mais ou menos inocente e avulsa, sem critério de qualidade ou fidelidade a qualquer género, e cada vez mais esparsa. É que o pulsar da alma e do corpo convidavam a outros rumos. Felizmente para mim, encontrei quem reacendesse e incentivasse o meu gosto pelos livros, encaminhando-me na direcção correcta, facultando-me e aconselhando-me aqueles que instintivamente despertaram a minha curiosidade. Na pessoa da Drª Ester Brandão, modelo de Professora e de Senhora, marca indelével na minha vida como exemplo pedagógico, científico e humano.
E naturalmente comecei pelo princípio. Júlio Dinis em doses adequadas, enredo prendendo ao ritmo das actuais novelas, foi trampolim para coisas mais sérias e elaboradas. Tudo a seu tempo e sem precipitações. De Camilo a Eça foi um pulo; e a partir daí sobe o tom da exigência. É como na vida. Aos dez anos aprecia-se uma laranjada; passa-se à cerveja; e só depois de muita zurrapa ingerida estamos apetrechados a descobrir as excelências de um bom néctar ou saborear o paladar arrastado de um malte. Aos dez anos aprecia-se o Marco Paulo; passa-se ao rock de empreitada; viaja-se em buscas mais depuradas, e após muita batida sedimentada nos tímpanos aderimos à música clássica ou ao jazz.
Não conheço criança de seis anos que tenha começado a ler Proust ou a agitar o corpo ao som de Bach. Assim na literatura, não há mal nenhum começar pelos paulos coelhos ou margaridas nas suas diversas vertentes; é até muito bom e natural...desde que se dê o salto em devido tempo e se não passe a vida toda a beber laranjada.
As estatísticas dizem-nos que cada vez se lê menos. Colho-o por experiência própria, através da observação, contactos e conversas com as novas gerações. Verifico contudo um fenómeno aparentemente contraditório: é que o distanciamento em relação aos livros é contrariado e compensado por saudável curiosidade e interesse pelo que se passa à nossa volta, nos mais variados capítulos e áreas. Com informação colhida invariavelmente através da net.
Numa análise apressada e atrevida, legitimada apenas pelo interesse que desperta o que me circunda, estou em crer existir actualmente um desfasamento insuperável entre o imediatismo da informação colhida através da net ou dos mais diversos meios audiovisuais e o suporte papel. Este, mais lento e mastigado, não se compadece com o ritmo a que a vida é sorvida. É o triunfo da fast food sobre o manjar de qualidade. Mas a derrota deste último só advém ou do seu desconhecimento ou da falta de oportunidade para o saborear.
E como incutir nas crianças o gosto pela leitura - sem que tal tenha de afastar o recurso a actuais instrumentos de conhecimento e diversão? Através do fornecimento de material literário capaz de os seduzir e despertar. Por dever de ofício, folheio e contacto os manuais de português em uso na secundária. A começar por textos daqueles, também eu actualmente não gostaria certamente de ler. São dissuasores de qualquer aproximação à literatura; secos e desinteressantes, não tem em qualquer conta a realidade do dia a dia nem os seus destinatários; nem cativam pela estética nem pelo conteúdo.
Concordo que deve ser difícil entusiasmar um adolescente com um clássico português em que são necessários vários capítulos para dar um beijo quando muitas vezes se pergunta o nome do parceiro ao acordar. Mas não haverá autores actuais, de qualidade, portugueses ou estrangeiros de temática capaz de aliciar um jovem?
Não será preferível o recurso inicial à literatura light, entendida somente como etapa necessária a outros voos? Tenho para mim que a net e televisão têm costas largas como responsáveis pelo desinteresse e afastamento da leitura. O valor de uso de uma coisa pressupõe o seu conhecimento. E os responsáveis pela divulgação do livro e literatura parece nem conhecerem o produto que têm em mãos nem os interesses do alvo a que se dirigem.
Rodrigo Peixoto
. Neste livro, sacerdotes artesãos e artistas vivem numa cidade proibida aos profanos, cercada por muros altíssimos, onde eram incumbidos de construir os templos e as moradas eternas dos poderosos, no Vale dos Reis. Este local era conhecido como Lugar da Verdade, onde somente poderia trabalhar quem tivesse recebido o chamamento divino. Ramsés vive os últimos anos de seu reinado e aguarda o término da construção da sua morada sagrada.
“A Terra Será Tua” Chufo Lloréns
É um poderoso romance histórico que nos faz viajar a um dos mais fascinantes períodos históricos de Barcelona. O autor envolve-nos em duas histórias: a dos ilícitos amores do Ramón Berenguer I, e a luta do camponês Martí para vencer na vida e poder finalmente casar com a mulher que ama.
Achámos a lista interessante de livros para ler para o próximo ano lectivo.
ResponderEliminarSobressaíu nos á vista Os Maias , pois será para o ano estudado na disciplina de Português.
Nestas férias estaremos atentos ao blog ,para as sujestões da professora.
Assinado :
Luis Castanheira Nº17 10ºN
Francisco Zinho Nº 9 10ºN
Gostei muito do livro "A Pérola" pois é uma história de uma família índia, que vive na pobreza. Esta familia é constituida por Kino, sua mulher, Juana, e o seu filho chamado Coyotito.
ResponderEliminarCerto dia Coyotito é picado por um escorpião, e, devido à gravidade da picadela, Kino decide levar o filho ao médico da cidade. Mas, o médico quando sabe que o doente é pobre não o atende. O filho de Kino melhora, mas...
Kino foi trabalhar, como sempre, pescar e tentar encontrar pérolas, e, nesse mesmo dia, ele encontra uma pérola grandiosa. Kino pensa então que se vender a pérola, pode tornar-se rico e dar uma boa vida à sua família. No dia seguinte, decide ir à cidade tentar vender a pérola, mas por surpresa os vendedores dizem que a pérola não tem valor porque é grande de mais.
Kino fica muitíssimo triste e decide ir às grandes cidades vender a sua posse. Mas, nessa noite Kino é assaltado e um dos assaltantes acaba morto. Kino percebe então que a pérola é muito valiosa, mas para as pessoas da cidade era melhor roubá-la do que comprá-la. Kino tinha agora a cabeça a prémio e decide fugir para as florestas. Ele é perseguido durante dias mas, devido à sua esperteza, consegue dominar os batedores que andavam no seu encalce. Kino volta então a casa e livra-se da pérola que para além da sua grandiosidade, trouxe à sua família muito sofrimento.
Por isso aconcelho este livro pois na vida o dinheiro não é tudo.
Pureza Infante da Câmara 10ºN
Ainda nao li nenhum desses livros mas muitos nomes são me familiares e parecem-me interessantes pois são todos de autores conhecidos. Os Maias sei que vou ler mas pode ser que os outros também venha a ler ao longo do tempo. Obrigada pelas sugestões!
ResponderEliminarobrigada pelas sugestões professora. No fim de semana começei a ler a casa dos espiritos, a sugestão do professor domingos, quando termina-lo vou levar em conta as suas sugestões. mas professora, acho que os mais não vao estar incluidos nas minhas leituras de verão..
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