A fermosura desta fresca serra,
e a sombra dos verdes castanheiros,
o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra;
o rouco som do mar, a estranha terra,
o esconder do sol pelos outeiros,
o recolher dos gados derradeiros,
das nuvens pelo ar a branda guerra;
enfim, tudo o que a rara natureza
com tanta variedade nos of´rece,
me está(se não te vejo) magoando.
Sem ti, tudo me enjoa e me aborrece;
sem ti, perpetuamente estou passando,
nas mores alegrias, mor tristeza.
TEMA
e a sombra dos verdes castanheiros,
o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra;
o rouco som do mar, a estranha terra,
o esconder do sol pelos outeiros,
o recolher dos gados derradeiros,
das nuvens pelo ar a branda guerra;
enfim, tudo o que a rara natureza
com tanta variedade nos of´rece,
me está(se não te vejo) magoando.
Sem ti, tudo me enjoa e me aborrece;
sem ti, perpetuamente estou passando,
nas mores alegrias, mor tristeza.
TEMA
O tema deste soneto é a necessidade da presença da mulher amada para que a felicidade do sujeito seja possível (“Sem ti, tudo me enoja e me aborrece”).
ESTRUTURA INTERNA
O soneto divide-se em duas partes lógicas, desempenhando a palavra “enfim” a mudança:
1ª parte – duas quadras – descreve-se uma natureza harmoniosa, propícia ao amor;
2ª parte – dois tercetos – refere a irrelevância da beleza natural sem a mulher amada.
A 1ª parte do texto é constituída por uma descrição que, basicamente, se estrutura numa enumeração de elementos que constituem a paisagem e que são qualificados ora por adjectivos ora por substantivos ou orações relativas.
A 2ª parte constitui uma síntese, que se conclui ser “rara” e dotada de grande “variedade”. Mas, para além dessa síntese, o poeta introduz, nesta parte, um novo elemento – o “tu” -, que se vem juntar ao Eu – Natureza até então dominante. E a presença deste terceiro elemento assume um carácter decisivo na visão da paisagem: na ausência da amada (o “tu”) tudo o “enoja” e “aborrece” e “perpetuamente” passará “mores alegrias, mor tristeza”.
Enquanto a descrição da 1ª parte tendia para a objectividade (exterioridade / 3ª pessoa), na 2ª parte, com a introdução das 1ª e 2ª pessoas do singular (instituindo-se uma relação eu-tu-Natureza), o texto assume certo dramatismo e uma grande subjectividade.
UNIDADE FORMA / CONTEÚDO
O dramatismo e a subjectividade da 2ª parte devem a sua intensidade à utilização de alguns recursos estilísticos:
a) Anáfora - “Sem ti… Sem ti”
b) Antítese - “Nas mores alegrias, mor tristeza”

Este poema fala da necessidade que o sujeito poetico tem da presença da mulher amada. Sem ela a sua felicidade nao existe, tal como podemos ver no ultimo terceto do poema. O sujeito poetico afirma que sem ela tudo o que a naturaza tem ("o rouco som do mar", "o esconder do sol pelos outeiros") nao lhe interessa, ou seja, nao tem o mesmo valor.
ResponderEliminarEste poema também é muito interessante pois o sujeito poético demonstra a necessidade de estar com a mulher amada através da caracterização da Natureza, ou seja, por mais bela que esta seja, nada disso tem valor se a sua amada nao estiver perto dele, tudo lhe aborrece, tudo lhe enjoa. Assim podemos ver quão grande é o seu amor por ela
ResponderEliminarNeste poema, o sujeito poético caracteriza a sua amada através da caracterização da Naturaza e compara a beleza da amada com a natureza
ResponderEliminarNeste poema, o sujeito poetico comeca por descrever uma perspectiva da natureza harmoniosa e propicia ao amor. No entanto, a beleza natural torna-se irrelevante se a amada nao estiver presente, ou seja, o sujeito poetico necessita da presenca da amada para admirar tudo o que a natureza pode oferecer e sobretudo, para se sentir feliz. Apenas a sua amada pode tornar o seu mundo belo.
ResponderEliminarqual a razao por estar o repetido "sem ti...sem ti" ?
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